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sexta-feira, 25 de junho de 2021

CPI da Pandemia: Bolsonaro foi avisado sobre as pressões da Precisa e do Ministério da Saúde pela compra da Covaxin e não fez nada

 

Servidor Luis Ricardo Miranda confirmou pressões para acelerar o processo da Covaxin.
Foto: Agência Senado

Nesta sexta-feira (25) a CPI da Pandemia a ouviu o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda e o irmão dele, o deputado Luis Miranda (DEM-DF). Os irmãos apontaram irregularidade na compra de vacinas Covaxin pelo governo federal.

Luis Miranda

Deputado Luis Miranda (DEM-DF)
Foto: Agência Senado

Em sua fala, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) disse que como defensor e fiscal do dinheiro público, levou ao conhecimento do presidente, Jair Bolsonaro, possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. Ele defendeu a denúncia, feita por ele e seu irmão:

"Se não fôssemos nós, US$ 45 milhões teriam sido pagos por uma vacina que não resolveu e nem sei se vai resolver"

De acordo com o deputado, ao informar o presidente da República sobre as irregularidades na contratação da vacina Covaxin, Jair Bolsonaro comunicou que encaminharia o caso à Polícia Federal.

Em outro ponto da reunião, o deputado do DEM disse que avisou o Presidente da República no dia 20 de março sobre pressões da Precisa e do Ministério da Saúde pela compra da Covaxin. Segundo, LM, na noite da véspera, o dono da empresa esteve com o diretor Marcelo Pires.

Em conversa com Eduardo Pazuello, Luis Miranda falou que o ex-ministro da Saúde reconheceu a existência de problemas na pasta, mas que não poderia agir pois estava prestes a deixar o cargo.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) cobrou do deputado Luis Miranda quem seria o parlamentar que, segundo ele, foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro como envolvido na compra da Covaxin, mas Miranda afirmou não se lembrar do nome.

Luis Ricardo Miranda.

Servidor Luis Ricardo Miranda.
Foto: Agência Senado

O servidor Luis Ricardo Miranda disse que em 24 de março foi aberta licença de importação da Covaxin e foi pedido excepcionalidade à Anvisa, que a negou em 30 de março pela falta de certificado de boas práticas.

O servidor também afirmou que recebeu diversas mensagens e chamadas para acelerar a autorização do contrato para importação da Covaxin, entre elas a do ex-coordenador de Saúde, o tenente-coronel Alex Marinho. Inclusive, que tanto Alex Leal Marinho como o diretor Roberto Ferreira Dias perguntavam com frequência sobre o andamento do processo.

Perguntado por Renan Calheiros, o servidor Luis Ricardo Miranda negou que alguém tenha oferecido a ele qualquer tipo de vantagem para facilitar a importação da Covaxin, mas confirmou pressão de seus superiores no ministério e confirmou que a Anvisa questionou a validade das vacinas no lote da Covaxin que seria enviado ao Brasil.


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